Nos antigos mistérios existem muitas referências a cerimônias sobre a “Ressurreição” vividos por diversos povos em diferentes regiões da Terra. No antigo Egito, por exemplo, “Osíris” foi morto e logo o ressuscitaram. Os egípcios recobriam de roupagem negra a imagem de “Osíris” e marchavam, em procissão para em seguida festejarem a sua Ressurreição.
Na Pérsia, na Armênia, “Mitra” também ressuscitava por volta do dia 25 de março, em cerimônia que os sacerdotes celebravam com o acender das velas. Zoroastro, Quetzoolcoat, todos ascenderam aos céus logo após o término de suas tarefas e sacrifícios na Terra.
Na Índia, no Tibet, China e África ocorreram relatos sobre seres especiais que ressuscitavam no período da Lua Cheia de Áries, quando aproximava a Primavera.
No início, a Páscoa na Igreja Católica estava vinculada ao dia exato da Lua Cheia. Isto porque as festas religiosas até então, sempre estiveram ligadas aos fenômenos da natureza e as forças cósmicas. A Lua Cheia de Áries anunciava o início da primavera no Hemisfério Norte. A Páscoa é considerada por alguns estudiosos um tempo de PASSAGEM, RESTAURAÇÃO E RESSURREIÇÃO, de nossas limitações e obstáculos pessoais, ampliando o sentido maior de nossa existência.
Pensamos em partilhar com vocês a preparação do tempo da Páscoa, já que convivemos com um feriado relativo a este evento, como um tempo de reflexão sobre a vida, afirmando em cada um de nós o lado mais profundo desta festividade religiosa que se expressa no simbolismo da ALELUIA, da FLORESCÊNCIA, DO BROTAR de um novo ciclo.
Observamos que cada vez mais o homem tem se considerado no mundo, como senhor e dono, com o direito de destruir os animais, as plantas, de escravizar os irmãos homens, de transformar a vida inteira em alguma coisa que não tem outro fim senão o de sustentar a sua vida material.
A vida na Terra vem se transformando em uma série de movimentos em que se produz para consumir e se consome para produzir como se a vida humana se resumisse aos aspectos unicamente materiais.
Assistimos a aceleração de um progresso técnico que vem se construindo à custa do fundo moral da humanidade. Progressivamente vamos nos tornando menos sensível ao sagrado, enquanto sentido que nos impõe o estarmos aqui vivos, compartilhando de um mesmo desígnio como espécie que neste momento habita este planeta -Terra.
O tempo nos parece estar exigindo uma abertura para novos caminhos, um ousar buscar uma consciência mais abrangente que nos religue com simplicidade ao interior de nós próprios, num encontro com o humano em nós, que está em todos os homens e que justamente por isso nos irmana e nos coloca juntos nesta caminhada.
E se ao caminhar, como diz Plotino:
“Se ainda não te achas belo, atua como o criador de uma estátua que deve ser feita bela. Corta aqui, cinzela ali, suaviza em outro lado, faz esta linha mais suave e a outra mais pura até que nasça o rosto belo de tua obra. Faze tu a mesma coisa. Corta tudo que é excessivo. Endireita tudo que está retorcido. Ilumina tudo que está encoberto. Trabalha para que tudo se converta em brilho e beleza e nunca deixes de cinzelar tua vida até que dentro de ti surja luminoso o esplendor que te faz semelhante aos deuses, até que sejas a BONDADE”.
Boa Páscoa
(Maria Amélia Pereira - Peo)
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